Os Artistas do Acre
As primeiras expedições exploratórias na região que hoje é o Acre não demonstraram preocupação em registrar os traços da cultura material das diversas etnias que aqui habitavam, como aconteceu em algumas outras regiões da Amazônia. As informações a esse respeito ainda não estão sistematizadas e se constituem num desafio para historiadores e antropólogos.Da mesma forma, no período inicial do Acre dos coronéis de barranco, que perdurou até recentemente, observa-se que não havia por parte de suas elites, uma preocupação em investir em arte, de forma que os dois ciclos do extrativismo da borracha não deixaram marcas efetivas da riqueza aqui gerada ou algo das artes plásticas.Mas foi na década de 70 que as artes plásticas irão alcançar mais visualidade, com exposições do próprio Gari, de Rodolfo Bader e de Hélio Cardone. Em 77 a partir da I Exposição Acreana de Artes Plásticas, outros artistas irão se destacar: Francesco Di Giorgio, Raul Velásquez, Dalmir Ferreira, Genésio Fernandes, Jader Damasceno, e Kasal, entre outros. Em 79 acontece o I Salão Universitário de Artes Plásticas, que teve a participação de Hélio Melo, Tristão Cavalcanti e Danilo de S'Acre entre outros. No inicio da década de 80, acontece a II Exposição Acreana de Artes Plásticas, que destaca Janete Pacheco entre outros. As exposições coletivas e individuais se tornam mais freqüentes, assim como se amplia o surgimento de novos artistas e também irão acontecer as primeiras exposições de artistas acreanos fora do estado.A década de 80 marca principalmente a presença institucional do estado apoiando as artes de modo geral, através da criação da Fundação Cultural do Estado no início da década. Em 88 é criada a Associação de Artistas Plásticos do Acre, de que participam Genésio Fernandes, Hélio Mélo, Babi Franca, Jorge Rivasplatas, Péricles Silva, Potysdan Pascoal, Maqueson, Thaumaturgo Filho, Cerezo e Nely Cruz. Também surgem os artistas Ivan Campos, Cícero Franca, Gesileu Salvatore, Paulo Félix, Valdenizio Rego, Jaqueline Mesquita, Pedro Arte, Glicério Gomes. A década de 90 é marcada por um período de avanços e recuos nas artes plásticas. O surgimento de novos artistas como Darci Seles, Jorfrannas, Enilson Amorim, Ueliton Santana, Edmilson Caetano, Marciony, Leila Jalul, Natalino Santos. É um movimento que logo se arrefece, onde espaços são criados e outros são fechados, é criado o Museu de Belas Artes que a despeito de sua importância, tem vida efêmera. Enfim, a história das artes plásticas no Acre é recente, mas tem cumprido seu papel como atitude reflexiva do espírito, abstraindo de forma rica a visão sobre nosso universo cultural. Além disso, confirma também que arte é um fenômeno essencialmente urbano, que está numa relação de estreita dependência com a questão educacional para seu desenvolvimento, aspecto este, ainda não observado até o momento. Garibaldi Brasil Garibaldi Carneiro Brasil, nascido em 20 de março de 1906 em Belém/PA, onde estudou e graduou-se em Direito. Já desde o curso primário dedicava-se ao desenho e a pintura, participando de exposições. Pintor, caricaturista e jornalista, fez sua primeira exposição individual em 1928, na Biblioteca Pública de Belém. Em visita a Rio Branco, faz uma exposição de pinturas e caricaturas no hall do Cine Recreio. Em 1930 expõe no foyer do Teatro da Paz, em seguida expõe no 1o. Salão Oficial de Belas Artes participa do 2o. 3o. e 4o. Salão Oficial de Belas Artes, angariando vasta premiação. Em 40, funda e organiza a Pinacoteca da Prefeitura Municipal de Belém Em 41 expõe no Teatro Amazonas. Em 44 junto a amigos funda o Salão de Artes da Amazônia. Em 45, expõe em Porto Velho. Em 46 em Guajará-Mirim. Em Rio Branco, organiza e promove a 1a. Exposição de pinturas de artistas acreanos e expõe em 71 e 75. Garibaldi também foi poeta, boêmio, orador e cronista e dono de um senso de humor que ficou muito conhecido.Rodolfo Bader Rodolfo Bader Filho, nascido em 23/05/34 em Sena Madureira/AC, de família libanesa. Iniciado no desenho e pintura no Colégio Dom Bosco em Manaus/AM. Cedo teve que retornar para o Acre para cuidar dos seringais da família, período em que praticava o desenho. Em suas viagens pelos rios onde passava. Em 72 faz suas primeiras exposições, predominantemente em preto e branco. Falecido em 1984.
Nenhum comentário:
Postar um comentário